domingo, 20 de maio de 2012

Glosas sobre mote garimpado na comunidade Oficina do Cordel (Facebook)

A saudade chegou bem de repente
E calou minha voz dentro do peito
Pra deixar sem calor lençol no leito
E fazer o meu canto assim dolente
A saudade marcou assim de frente
E deixou o meu peito aqui na hora
E depois de ficar tudo piora
Os meus prantos por ti num mar imersos
A Saudade ditou-me estes dez versos…
Quem me dera te ter comigo agora

A saudade cruel por companhia
De um pinho calado sem canção
Uma voz embargada um coração
Que ficou a sentir sem serventia
A saudade brotou na poesia
E se fez do meu canto vil senhora
O poeta se lembra canta e chora
Ao lembrar os momentos são perversos
A Saudade ditou-me estes dez versos…
Quem me dera te ter comigo agora


Fui viver por aí triste e sozinho
Mas viver pra lembrar dela é tormento
Meu amor que se foi assim no vento
Vou lembrar e dizer na voz dum pinho
A saudade do gesto e do carinho
Que ela deu para mim mas foi embora
Eu fiquei meu penar muito demora
Pois não tem como tal modos reversos
A Saudade ditou-me estes dez versos…
Quem me dera te ter comigo agora

Meu lembrar de querer sua presença
Mas se foi e deixou só a saudade
Pra deixar só aqui uma metade
De alguém que em ti somente pensa
O amor ser ter perto dá descrença
O pensar todo tempo que assessora
A distância cruel tudo piora
Os tormentos que traz são bem diversos
A Saudade ditou-me estes dez versos…
Quem me dera te ter comigo agora


Fonte: http://allancordelista.blogspot.com.br