quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Brasil fica em 9º lugar em ranking global de mercados editoriais


O esforço do consultor Rüdiger Wischenbart para mapear as indústrias livro do mundo todo começou em 2011 provavelmente em seu escritório no bairro de Josefstad, em Viena, ou mais possivelmente em um dos cafés que fazem parte do cotidiano de qualquer cidadão austríaco. O projeto é patrocinado pela International Publishers Association (IPA), com apoio da Feira do Livro de Londres e da BookExpo America, mas a metodologia e pesquisa ficam por conta do consultor conterrâneo de Mozart.
Os resultados iniciais da pesquisa começaram a aparecer no primeiro semestre deste ano, na Feira de Londres e na BookExpo America, quando um ranking preliminar dos mercados por país foi apresentado. Trata-se, no entanto, de um trabalho ainda em desenvolvimento e, agora, na Feira de Frankfurt, que começa na próxima quarta-feira (10/10), a IPA divulga um ranking atualizado e mais completo, acompanhado de um mapa mundi que reflete o potencial da indústria editorial de cada país – o Global Map of Publishing Markets 2012 ou Mapa Global de Mercados Editoriais 2012, em bom português.

O ranking atualizado
Ranking
País
Faturamento das editoras em milhões de euros
Valor de mercado em valores ao consumidor
Novos títulos e reedições por milhão de habitantes
1
Estados Unidos
21.500 €
31.000 €
1080
2
China
10.602 €
245
3
Alemanha
 6.350 €
9.734 €
1172
4
Japão
7.129 €
5
França
2.804 €
4.587 €
1242
6
Reino Unido
3.738 €
4.080 €
2459
7
Itália
1.900 €
3.417 €
956
8
Espanha
1.820 €
2.890 €
1692
9
Brasil
2.027 €
2.546 €
285
10
Índia
1.675 €
2.500 €
11
Canadá
1.535 €
2.342 €
12
Coréia do Sul
1.408 €
2.013 €
849
13
Rússia
1.875 €
14
Austrália
1.520 €
877
15
Turquia
1.150 €
474
16
Holanda
1.126 €
1412
17
Polônia
697 €
1.123 €
775
18
Bélgica
519 €
850 €
19
Noruega
304 €
808 €
9227
20
Suíça
806 €
MUNDO

105.614 €


Como se pode ver, o Brasil ocupa uma honrosa 9ª posição com um valor de mercado ao consumidor final estimado em 2,54 bilhões de euros. Atrás da Espanha e à frente da Índia, o mercado brasileiro aparece consolidado como o maior da América Latina. Uma observação importante é que dada a forte participação do governo brasileiro no faturamento das editoras – em 2011 ela ficou em 28,7% –, o valor do mercado em preços ao consumidor fica subdimensionado se comparado com outros países onde a participação do governo é menor e a participação de toda a cadeia do livro na venda de livros didáticos torna os preços ao consumidor maiores. Neste estudo, nas vendas governamentais, o preço ao consumidor é igual ao faturamento das editoras, gerando, portanto, um valor de mercado relativamente menor. Se a participação do governo fosse ponderada no cálculo, o Brasil com certeza ganharia algumas posições.
Do ponto de vista negativo, chama a atenção o baixo índice de novos títulos e reedições por milhão de habitantes, que ficou em 285 e à frente apenas da China (245) entre os países onde tais dados estavam disponíveis.
O Mapa Global de Mercados Editoriais
The Global Map of Publishing Markets 2012
Este mapa mundi baseia-se em pesquisa do consultor Rüdiger Wischenbart e reflete o valor do mercado editorial ao preço do consumidor para cada país do mundo
Para a elaboração do Global Map of Publishing Markets, foram necessários dados muito mais globais e de muito mais países do que os pesquisados para o ranking, e isto exigiu um trabalho em três passos. O primeiro deles foi coletar a maior quantidade possível de dados das melhores fontes disponíveis para a criação de um banco de dados com três indicadores primários: o faturamento líquido das editoras, o valor de mercado em preços ao consumidor e o número de novos títulos lançados e reedições. Estes dados basearam-se fortemente em associações nacionais de editores e correlatos. Para a maioria dos países, no entanto, somente o faturamento das editoras ou o valor de mercado estavam disponíveis.
O segundo passo foi pedir para que profissionais da indústria local fizessem uma análise crítica dos resultados iniciais obtidos. Neste momento, o corpo de dados também ganhou massa principalmente devido à inclusão de estatísticas de exportação dos maiores mercados exportadores (Reino Unido, EUA, França e Espanha), que serviram como ponto de referência para comparação.
O terceiro passo foi explorar o contexto da indústria editorial local, já que observou-se que os mercados editoriais refletem os parâmetros socioeconômicos de cada país e podem ser correlacionados de forma significante com o tamanho da população e a renda per capita. Isto permitiu que Wischenbart e sua equipe desenvolvessem um algoritmo ainda experimental para estimar sistematicamente o tamanho de mercados editoriais que não possuem dados disponíveis. As estimativas foram então cruzadas com os números de países com dados confiáveis e com as avaliações de profissionais locais.
Para a criação gráfica do mapa, utilizou-se a ferramenta Worldmapper a partir dos valores obtidos ou estimados.
Fonte: Publish News